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Hormônios influenciam o sono feminino
Problema comum entre as mulheres, a insônia também pode ser causada por alterações no ciclo menstrual


Bruno Folli, iG São Paulo

As variações hormonais do ciclo menstrual fazem com que as mulheres tenham mais insônia que os homens. O problema atinge 21% das paulistanas, enquanto o índice é bem menor entre homens: de apenas 9%. Isso é o que revela um recente estudo do Instituto do Sono.

O levantamento teve como base 1.052 pessoas da cidade de São Paulo, que responderam questionários e passaram pelo exame do sono - polissonografia. Para receber o diagnóstico de insônia, a pessoa deve ter dificuldade para dormir por pelo menos três vezes por semana, durante um mês ou mais.

Regular o ciclo menstrual é uma alternativa para combater a insônia

“Também é preciso que a falta de sono tenha repercussão no dia seguinte, como sonolência, perda de memória e cansaço”, acrescenta a ginecologista Helena Hachul, especialista da Unifesp em estudos do sono.

Em outro estudo, mil mulheres que procuraram o Instituto do Câncer também tiveram registradas informações sobre seu ciclo menstrual. “Foi constatado que o risco de dificuldade para dormir é duas vezes maior em pacientes com alteração no ciclo”, revela a pesquisadora. A pesquisa não mensurou os níveis hormonais, visto que as mulheres estavam em momentos diferentes do ciclo, e por isso não foi possível especificar qual hormônio interferia na qualidade do sono.

“Mas uma coisa é certa: regular o ciclo menstrual é uma alternativa para combater a insônia”, afirma Helena. Ela cita também que outros estudos mundiais já sugeriram uma incidência maior de insônia no período pré-menstrual.

Menopausa

As alterações hormonais da menopausa também podem provocar dificuldades para dormir. “Há baixa de estrogênio, que gera mudanças no metabolismo ósseo, na pele, e nos sistemas gênito-rinário e neuro-psíquico”, enumera Francisco Hora Fontes, presidente da Associação Brasileira do Sono. Tudo isso favorece alterações no corpo da mulher. Há risco dela ganhar peso e de sofrer de ronco e apneia.

“Após a menopausa, a incidência de insônia varia entre 30% e 60%”, comenta Helena. Em sua pesquisa de doutorado, a médica avaliou 33 pacientes do Instituto do Sono e constatou uma prevalência de 60% da doença.

Apneia

A ginecologista comenta ainda que é preciso sempre verificar se as noites de insônia são resultado de distúrbios respiratórios. “A incidência chega a 50%”, alerta.

Quando o problema está na respiração, o paciente requer tratamento específico. Mas, muitas vezes, o diagnóstico não é feito da forma correta. “O paciente tem o sono fragmentado e, durante o dia, dorme o tempo todo”, afirma.

A chamada higiene do sono também é fundamental. São cuidados com o ambiente e com alguns hábitos que têm relação direta com o sono.

O local para dormir deve ser escuro e silencioso. Não se deve fazer refeições pesadas à noite, nem atividades físicas menos de três horas antes de dormir, embora elas ajudam quando são feitas pela manhã ou à tarde.

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