Vimos como se forma a caixa torácica, por gastrulação, pela formação de uma bolsa. Essa grastulação é o processo tipicamente animal. Essa bolsa, diz Rodulf Stainer, se enche principalmente pelo coração; mais enquanto esse enchimento no animal é obra das forças do zodíaco, ele provém, no homem, de impulsos que têm sua origem além do zodíaco. Nós ascendemos assim a uma outra dimensão espiritual.
Notemos ainda que o coração, como tudo que está em movimento no organismo, se forma a partir do mesênquina. Esse processo embrionário tem início logo abaixo do esboço do cérebro e progressivamente o coração desce ao seu lugar definitivo. O sangue, por sua vez, começa por se formar no pólo oposto, fora mesmo do embrião propriamente dito, num anexo chamado lecitocele, um órgão que é análogo á gema do ovo. A gema do ovo é, assim podemos dizer, luz e calor que se tornaram substância, sendo também rica em fósforo e enxofre. Enquanto o coração desce, o sangue penetra no embrião pelo pedúnculo do lecitocele e sobe ao coração, que então pode vir a bater. Proveniente da luz, o sangue também se transforma de novo parcialmente em luz no interior do coração. É isso que Rudolf Steiner chama de eterização do coração.
Se quisermos compreender bem a etapa seguinte, aquela que diz respeito à Virgem, temos que retornar a comparação do homem com uma planta invertida, correspondendo suas raízes à cabeça, suas folhas ao tórax e suas flores e frutos ao ventre, região que se relaciona à Virgem. Aquilo que foi absorvido pelos receptores sensorias se transforma em substância orgânica. Como já foi dito acima, a luz se torna substância. Ficamos todos realmente surpresos quando Ruydolf Stainer diz que a substância é de todos os orgãos - exceto o cérebro e nervos - de origem cósmica e que nossos alimentos terrestres não constituem mais que um aporte energético e material de construção do sistema nervoso. Até agora nada veio confirmar essa asserção, mas, se isso ocorresse, certos enigmas da fisiologia humana -geralmente postos em silêncio - se tornariam explicáveis.
Se imaginarnos o processo de maturação de Virgem, que continua além do fruto, vemos aparecer o grão, que se aproxima do mineral, com sua forma frequentemente poliédrica. Esse grão precisa escapar totalmente à vida para vencer, com a germinação, as forças físicas que fazem tombar à terra. O que é na realidade o mineral se não a última etapa do processo? O que era energia virou matéria; o movimento morre na forma. É também a universalização do esqueleto, que Rudolf Steiner diz ser imagem morta do "Eu".
Continua ....
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